O TRIPLO FILTRO
Na Antiga Grécia, Sócrates foi famoso por sua sabedoria e pelo grande respeito que tinha por todos.
Um dia, um conhecido encontrou-se com o grande filósofo e disse-lhe:
- Sabes o que ouvi sobre o teu amigo?
- Espera um minuto, replicou Sócrates, antes que me digas qualquer coisa, quero que passes por um pequeno exame. Eu chamo-o de exame do Triplo Filtro.
-Triplo Filtro? Perguntou o outro .
- Correcto, continuou Sócrates.
Antes de que me fales sobre o meu amigo, pode ser uma boa ideia filtrar três vezes o que me vais dizer.
É por isso que o chamo “Exame do Triplo Filtro”
O primeiro filtro é a VERDADE.
Estás absolutamente seguro de que o que me vais dizer é certo?
- Não, disse o homem, realmente só ouvi dizer e...
-Bem, disse Sócrates, então realmente não sabes se é certo ou não.
Agora permite-me aplicar o segundo filtro, o filtro da BONDADE.
É algo de bom o que vai me dizer de meu amigo?
- Não, pelo contrário…
- Então, desejas-me dizer algo ruim dele, porém não está seguro de que seja certo.
Mesmo que agora eu quisesse escutar-te, ainda não poderia, pois falta um filtro, o filtro da UTILIDADE.
Servirá de algo para mim saber o que me vais dizer do meu amigo?
- Não, na verdade não.
- Bem, concluiu Sócrates, se o que desejas dizer-me não é certo, nem bom e tão-pouco me será útil... porque iria eu querer saber?
"Use sempre o triplo filtro,pois dessa forma estaremos pensando antes de emitir a palavra"
A torrada queimada...
Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, a minha mãe gostava de fazer uma refeição ligeira para o jantar.
Lembro-me especialmente de uma noite, quando ela fez uma dessas refeições, depois de um dia de trabalho muito duro.
Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, diante do meu pai, tudo o que meu pai fez, foi pegar na sua torrada, sorrir para minha mãe e perguntar-me como tinha sido o meu dia, na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas lembro-me de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
Quando me levantei da mesa naquela noite, ouvi minha mãe desculpar-se por ter queimado a torrada.
"Minha querida, fica tranquila, eu adoro torrada queimada."
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite ao meu pai, eu perguntei-lhe se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele envolveu-me nos seus braços e disse-me:
"Companheiro, a sua mãe teve hoje, um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas tambem não são perfeitas. E eu também não sou o melhor empregado, ou o melhor cozinheiro!"
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
Esta é a minha certeza. Mantenhamos a neutralidade e a conexão. Que possamos aprender a levar o bem, o mal, as partes feias de nossa vida colocando-as aos pés do Criador. Porque afinal, Ele é o único que poderá dar-nos um relacionamento no qual uma torrada queimada não seja um evento destruidor.
De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, e com amigos.
Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio bolso.
Veja pelos olhos de Deus e sinta pelo coração Dele; você apreciará o calor de cada alma, incluindo a sua.
As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse, mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as acolheu e valorizou.
Que Deus nos ajude a colocar em prática o Amor verdadeiro que nos conduz a Paz